segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Casamento, mudança e mais papelada

Estou há dias criando coragem para vir escrever algo. Nao que nao tenha nada que contar, muito pelo contrário. Na verdade estava procurando a melhor maneira de contar como tudo aconteceu sem me alargar muito. Como nao me ocorreu nada nesse sentido, me rendi e resolvi colocar maos ao teclado...

Amanha completo 10 dias como mulher casada e tenho que dizer: estou ADORANDO esta nova situaçao. Ontem fiz minha mudança e agora sim, comparto nao só o mesmo teto, mas também a geladeira, o banheiro e a cama com meu marido de fato e de direito. Organizamos muita coisa ontem mas ainda nos falta algo, claro. Reformamos algumas paredes (pintei os cantos das paredes, os rodapés e tetos, aqui esse trabalho se chama recorte) e colocamos quase tudo no lugar. Se assim, sem terminar e com meus móveis antigos já está super bacana (tenho até sofá novo!), fico imaginando quando voltemos do IKEA com um armário e uma sapateira nova (no final das contas compraremos mais coisas, como sempre acontece), mas isso vem depois. Antes, queria contar como foi o casório.

Chegamos a Mallorca três dias antes da boda. Como sempre os pais do Joselito me receberam de braços abertos, como uma filha de verdade. Estivemos estes dias antes do casamento disfrutando da companhia deles e dando passeios pelo centro da cidade, que eu nao conhecia. O casamento propriamente dito foi bem rápido, como todas as cerimônias civis. Ganhamos um discurso sobre o amor e o tempo, feito pela minha cunhada, Laura. Nesse momento eu quase chorei, mas as lágrimas nao chegaram de fato. Desde que entramos na saleta até a hora do beijo estive muito nervosa e, para disfarçar, estivemos muito tempo de maos dadas, compartindo nossa emoçao sem palavras. E foi uma cerimônia completa, com direito a voltas para que o noivo nao visse a noiva antes da hora (mas nao adiantou muito...), uma peça comprada, outra emprestada e uma dada de presente (mas que só vi depois...), arroz na saída do Juizado de Paz (nem preciso dizer que tive que sacudir a peruca horas para tirar todos os graos que ficaram enganchados nos cachos...) e comemoraçao. Esta última fizemos num restaurante, comendo como Deus manda, com nossos poucos e íntimos convidados (ao todo éramos 14). Também ganhamos outro discurso do Txisti (que nao foi para mais de 20 palavras, mas muito certeras), um dia de relax num banho árabe aqui de Barna e algum dindim (eu ainda nao sei ao total quando ganhamos, mas acho que em torno de 500€ que decidimos guardar para quando tivermos que mudar, em junho).

Da comida fomos tirar fotos e passear pela cidade. Depos fomos tomar umas copas com uns amigos e daí para um hotel (e que hotel!!!). A camisola da noite de núpcias foi um presente de Laura que acertou na mosca. Era linda, branca, super meiga...Enfim, foi uma noite incrível (e descobri que Joselito está cada vez mais gostoso...já era bom como namorado, mas como marido já está la bomba). Estivemos na ilha mais uns dias e voltamos a Barna uma semana depois. Agora tenho a segunda parte de todo o papeleio. Entrevista com a extrangeria, trâmites na Policia Nacional e já coloquei a coisa em marcha.

Detalhes interessantes do casamento:
Primeira frase da mae do noivo quando o vio pela manha: "no fumes mas porros!".
Joselito dormiu a última noite fora, na casa que os pais têm na praia, com nossos convidados que foram de Barcelona para Mallorca. Chegou no sábado já super fumado e como eu nao queria ficar atrás fui fumando uns com Txisti e Laura até o cartório. Tanto que na hora de assinar o livro tinha os dedos meio estranhos...
No restaurante a mae do Joselito se encarregou de fazer os pedidos de pica-pica sem nem perguntar nada os demais. E entre as porçoes havia 3 de...caracóis! Blahg! Tive que falar pro Joselito que morria de nojo daqueles bichos e ele, rapidamente, mudou as bandejas de posiçao para eu nao precisar olhar para eles.
Nosso bolo de casamento foi uma torta de frutas secas e de frutas (metade e metade porque nosso avô nao come frutas secas) que deixou todo mundo sem palavras. Comemos na casa dos pais do Jose, acompanhada de sidra, champagne e cava. Simplesmente sencional. Só faltaram os bonequinhos, como disse a mae dele, mas eu disse para ela nao se preocupar porque já tinha os noivinhos em tamanho natural.
O hotel onde passamos a noite era maravilhoso e...tinha espelho na parede! De puta madre!!!

Claro que havia muito mais coisa para contar, mas acho que já está de bom tamanho. Tenho bem frescos na memória todos os detalhes deste dia que, diferente do que eu imaginava, foi bem emocionante e importante. Pensava que um papel nao mudaria em nada nossa relaçao mas começo a entender que estava errada. Assinamos um papel, mas a celebraçao maior foi pelo nosso amor. Que ele siga crescendo cada dia mas, amém.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

E chegou 2010...

Os últimos dias do ano foram um tanto conturbados. A paz que há uns dias reinava em casa deu lugar a uma vibe negativa que contagiou a todos. Patrícia, minha amiga que veio de Sampa para me ver e conhecer a cidade, também sentiu na pele essa vibraçao do mal. Ela veio pra ficar uma semana mas já no terceiro dia dela aqui me dei conta de que nao gosto nada de sair dessa minha rotina casa-internet-livros. Eu nem imaginava que nao ter um dia inteiro só pra mim pudesse me fazer tanta falta. Cheguei a ficar agressiva com a visita e no final o problema era só meu, por nao ter imaginado que isso podia acontecer e por nao ter jogado a real com a Patrícia logo de cara. Enfim, no final saímos vivas da experiência, mas agora já sei que uma visita é bem vinda até 3 dias. Mas que isso já embuceta. Fora isso, havíamos pensado em dia 31 montar uma festinha aqui em casa e justo no dia 30 Carmelo e Silvia brigam e todos os planos vao por água abaixo. Na verdade no dia 31 eu acordei bem pra baixo, chorando, agoniada com a história do casamento, sem saber se ainda tinha trampo ou nao (o dono do bar nao quis que eu fosse trampar na virada do ano nem no dia 1, já pensei que ele ia me mandar pedalar e chamar outra guria), pensando nos gastos desse mês que vao ser estratosféricos (3 radiadores em casa, fora as luzes que a galera deixa acessa dia e noite...). Jose me ligou e também disse que nao tinha acordado com muita vontade de fazer festa e que pensava em passar a virada do ano tranquilinho em casa, comendo algo e vendo filme comigo ao lado. Se fosse em qualquer outra circunstâncias eu ia deixar ele sozinho e ia me jogar por aí, mas como também nao estava para muito baile, aceitei. Patrícia foi comigo até a casa dele passamos a virada os 3, comendo uva, tomando vinho e fumando um...numa relax, numa tranquila, numa boa. No final acho que foi o melhor que podia ter acontecido. No dia 1 ela foi embora e eu pude voltar a minha vida normal.

Só voltei pra casa hoje, assim que tive tempo de sobra que colocar alguns pingos sobre os is com meu futuro marido. Falamos sobre nossas situaçoes financeiras e no final vimos que o melhor, agora mesmo, é morarmos juntos na casa onde ele já vive, com a Sandra. Ele só tem que conversar com ela para confirmar, mas a julgar pela situaçao dos 3 (Joselito fica sem trampo até março, ela tá desempregada desde a semana passada e eu...bom, eu sigo com os flyers) nao vai restar outra possibilidade. Contei a real de como me sinto quando rola as brigas em casa, que no final pago barato de aluguel mas me sai caro pela falta de sossego. Também conversamos sobre o casamento, inclusive vamos comprar nossas roupas juntos (achei o máximo essa idéia!), depois do dia 6 porque começam as rebajas e nao estamos podendo gastar muito. Gostei de saber que nao só os pais, mas o avó, os padrinhos e os tios estao bem felizes com a nossa boda. E os pais dele nao se conformavam com essa idéia de que íamos casar e nao íamos viver juntos. Parece que, a princípio, o problema está resolvido (pelo menos pela metade).

Agora é retomar a vida normal. Sigo com os flyers e já pra essa semana tenho prova de olores. Já voltei a mandar cv, quem sabe aparece algo já para fevereiro? Isso sim que seria a glória...