segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

O sol das Canárias

Cinco dias de sol, muito vento, praia e muito amor. Assim se poderia resumir minha passagem por Lanzarote, uma das Ilhas Canárias. Chegamos, Jose e eu, no domingo e já achamos super astral encontrar tudo soleado, apesar do vento constante. Os outros dias seguiram iguais, entao dividimos as atividades: segundo dia: praia; terceiro dia: rolê de mountain bike (com direito a caída numa descida, o que me rendeu uma broma por parte de Joselito que só me chamava de Perlita down hill); quarto dia, aconchego do bangalô e banho de sol no terraço; quinto dia: adeus lua-de-mel. Ai, ai...nada como mudar de ares para dar um extra na libido. Tudo bem que estamos bem longe de precisar de qq auxiliar, mas sol, uma cor de pele...ah, isso mola mucho!!!

Nos demos direito a comer fora, encher a cara de vinho, de cerveja, de marijuana...Apesar da ilha nao ser tao bonita quanto outras (todas as Canárias sao de origem vulcânica, o que dá à terra aquela cor negra e por onde quer que vc olhe se parece sempre mais ou menos igual: montanha de um lado, praia do outro e no meio um monte de deserto negro. À noite, com o céu sempre limpo, podíamos ver um manto de estrelas alucinante. E eu ainda pude escutar algumas quantas declaraçoes de amor. As fotos estaram em breve no orkut. Uma viagem de lua-de-mel sem casório. Tem gente que já está morrendo de inveja...rs...

Um dia antes da viagem conheci à Isa, uma amiga do Joselito. Uma das primeiras coisas que ela me disse foi que estava curiosíssima por me conhecer porque eu tinha conseguido o que nenhuma outra mulher havia logrado: tê-lo assim, completamente apaixonado. Claro que é sempre bom ouvir esse tipo de coisa, mas isto é algo que sinto mesmo quando nao nos vemos ou nao nos falamos durante todo o dia. Que estamos unidos e muito apaixonados, sim, senhor.

No dia em que voltei de viagem já tive que ir trabalhar e ao chegar ao bar, uma surpresa: uma mulher havia conseguido estacionar o carro praticamente apoiando-se em outros dois. Parecia coisa de filme de açao. Tive que tirar uma foto. Talvez eu faça uma galeria de coisas que você só vê em Barcelona, como esta cena. Ou da lua que eu vejo aqui, sempre brilhando neste céu imenso e estrelado. Ou dos dias de sol intenso em que um pequeno passeio de bicicleta transforma seu dia. Enfim, me sinto feliz. Me sinto completa.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Pamplona, San Sebastián e a marijuana

A experiência sempre me mostrou que se eu nao tiver tempo suficiente dormir e descansar de verdade, o melhor mesmo é continuar acordada e esperar até que esta ocasiao se apresente. Pois sábado foi exatamente isso que eu fiz e o pobre do Joselito acabou tendo que fazer também. Trabalhei até as 2 da manha e de lá segui direto pra Vallcarca. Nosso trem com destino à Pamplona sairia às 7:40h, total que teríamos que levantar às 5h e pouco...enfim, preferi continuar desperta. Vimos um filme, A Pianista (vaya pelí), nos banhamos e seguimos para a estaçao.

Quatro horas depois chegávamos em Pamplona e Txisti logo veio nos buscar com o carro da namorada, Aitzchbel (sim, os vascos têm nomes estranhos). De lá fomos comprar verduras, já que o povo dessa regiao é bem verdureiro, depois cervejinhas e marijuana. Eu bem poderia dizer que meus dias por estas terras se resumiram à basicamente 3 coisas: cerveja, cama e marijuana, mas nao foi só isso. Nao foi porque o tempo, que segundo consta era de chuva contínua havia dois meses, resolveu melhorar e pudemos passear bastante (e pasmem: com sol e tudo!!!). Na terça-feira fomos os 4 até Donostia (San Sebastián, en euskera). Quando você chega aí, vindo de outra parte da Espanha, consegue entender que Euskadi (País Vasco) é realmente outro mundo. Outra língua, outra gente, outra arquitetura. A Playa de la Concha estava preciosa quando chegamos. Tiramos muitas fotos, comemos em um restaurante vegetariano (tudo muuuito gostoso), enfim, aproveitamos bem nosso dia por aí. De volta à Iruña (Pamplona), vimos a cidade com sol, com chuva e durante a noite. E numa dessas noites, tomando cerveja e fumado da vida, Jose nos deu um pequeno susto desmaiando em pleno bar. Eu também andava super fumada, mas foi perceber que ele nao se sentia bem para conseguir ficar careta na hora e saber o que fazer. Nao satisfeito ele ainda desmaiou de novo! Resolvemos tomar um pouco de ar e faltou pouco para o pobre se desmaiar pela terceira vez. No dia seguinte parecia um santo tomando só café enquanto Txisti e eu nao perdoávamos as cañas.

Pelo que vi e senti acho que Txisti vai continuar na cidade por algum tempo. Pelo menos até chegar o verao. Ele continua reclamando do tempo, dizendo que se va volver loco, nos perguntando a cada 2 minutos se achávamos que ele podería viver naquela cidade com aquele tempo, se Aitz nao era um verdadeira santa...Mas eu o vi bem, bem cuidado e apaixonado. Combinamos de voltar em San Fermin, que é a festa mais tradicional da cidade. Nove dias em pleno verao onde se permite de tudo: bebida, drogas, avacalhacao. Mas nao vou por isso. Sao nessas festas que soltam touros pelas ruas rua e vai aquela galera toda correndo atrás ou em frente, vendo quem é mais valente, se o touro ou o homem. Tenho algum tempo para tentar convencer a Joselito que nao se mostrou tao entusiasmado quanto eu. Claro, deve ser super cansativo estar metido numa movida assim 9 dias, mas com dois eu já me apanho. E todavia é mais uma desculpa para visitar nosso amigo.

Agora lá vou eu arrumar outra maleta porque depois do frio de Pamplona, a recompensa: domingo em Lanzarote, Ilha Canária. Hasta luego!

domingo, 1 de fevereiro de 2009

La Pedrera, viagens e mais uma vez pega no ato

Podem descruzar os dedos em figuinhas, enxugar as lágrimas, guardar o lençinho e respirar aliviados porque eu voltei. Nao postei mais porque...porque...a verdade é que eu tava com preguiça. Pensa só: frio, chuva, vento forte e você sem nada para fazer e ainda acompanhada de um namorado que também adora cama, filme e cerveja. Pronto, já sabem o que deu. Mas a gente também andou dando uns paseitos por aí.

La Pedrera - faz mais de uma semana que entrei na Casa Millà (mais conhecida como La Pedrera, de Gaudì) pela primera vez. A casa é linda, mantiveram uma das plantas da família tal como era quando eles ali viviam. A azotea também é bacana, o que fode é que meteram umas grades de ferro horríveis. Dizem que é por seguridad (nao consta que nenhum morador tenha tentado se jogar dali ou que tenha caído de tal altura desde que a casa foi construída, em 1912, depois de 6 anos de obras). A última planta é dedicada à vida e obra do arquiteto catalao, com maquetes e de onde vinham suas inspiraçoes (geralmente de elementos naturais, do mar ou de árvores e afins). Valeu cada um dos 9,50€ que eu desembolsei.

My Blueberry Nights - convidei o Joselito para ir ao cinema (como pequeno gesto de gratidao por ele ter gastado mais de 5 horas fazendo consertos na Isolda para mim...fora a mao-de-obra, tive de comprar uma roda nova, trocar a corrente, limpar os pinos das marchas...). Como ele era o convidado, deixei que escolhesse o filme confiando que o rapaz teria mais bom gosto que eu para tal tarefa. Bem, nao se pode ganhar todas, ele mesmo reconheceu quando acabou a sessao. Norah Jones mas sosa que um pepino e Jude Law que nao convence nem a própria mae de que é bom ator. Nem a pequena Natalie Portman salva. Essa vai para o Édnei: sabia que aqui os filmes estréiam muuuito depois de que aí, no Brasil? Eu pensava que nao, por ser Europa e tal. Mas na Espanha tudo é um pouco diferente...

Jantar em Grácia - passei no meu antigo piso para pegar umas fotos que havia esquecido por ali e aproveitei para jantar com a Olimpia, uma companheira que ainda vive no apê. Fomos para Grácia, num bar super bacana. Começamos com umas bravas e ela me contando da viagem ao Egito com a família e me perguntando tudo sobre a oupa, sobre como é viver em Hospitalet, como estou com Jose e tal. Passamos para as pizzas e ela me disse que fez uma viagem surpresa até Gênova para visitar o namorado e que foi sucesso de bilheteria. Passamos uma noite de puta madre. Acabamos até perdendo a hora do metro para voltar, mas nao teve importância. Depois do café, caminhamos até a casa dela e prometemos voltar a nos ver mais vezes. Certamente teremos outras novidades. Eu com certeza terei.

Lanzarote - Depois de muito enrosco, finalmente tenho os bilhetes para a Ilha Canária de Lanzarote. Joselito e eu saímos daqui dia 15 e voltamos dia 19. É a menor de todas as ilhas e desde aí podemos visitar as outras em barco. Se o tempo ajudar (o que nao é difícil já que as ilhas sao conhecidas como Islas Afortunadas) vai ser mais uma viagem inesquecível. Já me vejo voltando com a pele brilhando!

Pamplona - falei com Txisti semana passada pelo Skype de Jose. Nossa, nem imaginava que tava com tanta saudade dele. Ele começou: "Oye, Jose, donde esta la inmigrante ilegal?". Aí o bicho pegou pro lado dele: "Halad! Que inmigrante si, pero ilegal aún no, eh, colega!". Caímos todos na risada e resolvemos que vamos matar nossa saudade dia 8 agora. Ou seja: domingo que vem já vou estar abraçando meu querido Txistiflin. Vou conhecer a casa onde ele mora com Eichbel, as galinhas da criaçao das quais ele tanto fala e ainda passear por Pamplona e alrededores. Isso se o tempo ajudar (e aqui, sim, pode acontecer de tudo. O mínimo é nevar). Pensei em como seria perfeito se a Mari estivesse aqui e fôssemos todos juntos...saudade dela.

Culete al aire - sao coisas da paixao, tudo mundo sabe como é, de repente você tá sentado vendo um drama e te dá un subidón que o próximo passo já é ir tirando a roupa e a do companheiro junto. Quinta-feira estávamos nesse pé. Jose tinha me convidado para almoçar, juntamente com Marcos e Miguel. Ele ia fazer Doradas al horno e eu nao podia perder (isso foi ele quem disse e eu nao tive uma vírgula de dúvida). Depois que eles saíram e a gente tava vendo TV, a coisa esquentou, los pantalones, bragas y calconcillos volaran por los aires y...pois nao é que entra Esther e nos pega em açao? Nem sei que reaçao eu tive no final das contas, só consegui dizer pro Joselito: "me cago em la puta!" Já vestidos e na cozinha, ela diz:
Esther: Kele...lo siento, eh? De verdad...
Eu: Tranqui, Esther, no pasa nada. Que Cristo nunca fue pillado por un amigo follando?
Esther: Si, si, lo sé. Pero que sepas que no volverá a ocurrir.
Eu: Ah si? Es que no te gustó mi culo?
E claro que nos tronchamos de risas. Nao podíamos fazer mais nada mesmo e eu também tinha que ir trabalhar.

Fora esses pequenos detalhes, ainda passamos o último domingo na praia, estirados na areia e lendo, pedalamos pelo Parc Ciutadella umas duas ou três vezes, vimos vários filmes, tomamos umas outras tantas cervejas e nos amamos muito. Tá bom, né?