sábado, 29 de novembro de 2008

Lucio, Monica e alguns regalitos

Como sempre, tirei o sábado para fazer retiro. Ainda mais porque cheguei essa manha da balada, às 6h, e quis dormir até o cu fazer bico. Ele fez o tal bico às 10:50h. Mas apurei o ouvido e percebi que estava chovendo lá fora. Imaginei o frio que deveria estar fazendo, ainda mais com a chuva, eu sem nada para fazer...dei meia volta na cama e dormi de novo, sem culpa. Levantei às 2 da tarde, tomei aquele banho e fui arrumar algumas coisas. Depois passei o dia vendo tv, vasculhando a internet e comendo. Lá pelas 3 da tarde o sol abriu legal mas eu continuava com vontade zero de sair do aconchego do meu cafofo. Fiquei trancada até às 8 e meia da noite, entao me arrumei e desci até o Borne para jantar com o Lucio e a Monica, a namorada dele, no bar. O Joselito já tinha comentado que ele o Lucio tava namorando "con una tía de mucho cuidado". Perguntei o que isso queria dizer e ele me explicou que a mulher era mais ou menos a versao feminina dele. Dito e feito. A Monica é meio artista, meio hippie, meio catalana, meio andaluz...uma mistura de um monte de coisas, de roupas, de cortes de cabelo. E um amor de pessoa.

Cheguei no bar e pouco tempo depois ela chegou. Nos colocamos, os 3, a descascar batatas, cortar cenouras, cebola, alho, tudo para a nossa cena, achei o máximo. Claro que enquanto preparávamos fomos tomando umas cañas para animar. Já nao fazia tanto frio na rua como ontem, menos ainda dentro do bar. Com tudo pronto, sentamos nós 3 e mais um amigo de ambos que apareceu. A tortilla ficou maravilhosa (colocamos tb uns pedaços de choriço). De entrada tomamos zamora (uma espécie de gaspacho mas sem pepino e que também se toma frio) com uns trocinhos de jamón e ovo cozido picado em cima. A Monica que havia feito e também estava uma delícia. Acabei descobrindo que a mulher é um as no fogao. Sorte do Lucio.

Depois de comer o amigo do casal ofereceu o postre (sobremesa): umas rayas de farlopa. Nao, obrigada, eu nao estava a fim. Assim que o rapaz saiu eles se preparam para meter as últimas e eu resolvi, enfim, experimentar. Ai, ai, ai...bom, só serviu para me mostrar, mais uma vez, que essa droga realmente nao faz a minha cabeça. Claro que é super suave, nao queima o nariz e tal. Mas sei lá...nao dá barato. Sai com a sensaçao de ter sujado meu sangue a troco de nada. Assim é...

Antes de sair, a Monica acabou me dando um CD (que está rolando enquanto escrevo). É de um grupo daqui chamado Muchachitos. É bem dançante. Só faltaram as brejas e a companhia para o baile. Quem sabe amanha?

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Coisas que provavelmente só acontecem em Barcelona

Uma apresentaçao de chorinho feita por 3 argentinos. Faz umas duas semanas isso, é que esqueci de ocntar. Um deles trabalha dividindo flyer junto comigo e as outras meninas da Bikini na calle Maria Cubì. Depois Joselito me perguntou: "Y que tal el concierto?", e eu: "No estaba mal...tu ya sabes...eran argentinos". A verdade é que estava bacana, ainda mais porque misturaram chorinho com tango. Mas claro...eram argentinos...

Encontrar um velhinho que recolhe os croassants e bocadillos que uma padaria jogaria fora, porque para o outro dia já nao serviriam mais, dando de comer a uns desocupados na Rambla. E entre eles estava eu mesma, fumando um cigarrinho para passar o frio. Comi um croassant de crèma catalàna e uma vanderléia que...ui, ya te digo...buenísimos! Descobri que o velhinho em questao nao sai do Brasil porque adora nossa fartura de frutas e tal...

Numa simples visita a um amigo descobrir que sempre há gente disposta a ajudar a quem precisa, como eu. Fui visitar o Lúcio no bar e acabei passando a tarde toda com ele. Conheci alguns espanhóis aí que me deram informaçoes valiosas de onde ir procurar trabalho quase 100% certo. Amanha mesmo já vou bater na porta dessa gente. E o Lúcio ainda fez um spaghetti com anchovas de puta madre para comermos ali mesmo, com os (poucos) clientes olhando e desejando bon profit...

Ir a uma associaçao buscar (até encontrar nao descanso, juro!) emprego e conseguir marcar horário, de graça, com um advogado e poder tirar toooodas as dúvidas que ainda tenho sobre permiso de trabajo, de residência, homologaçao de diploma. O senhor que me atendeu, super simpático, me deu altas dicas, fez vários elogios a minha pessoa (quando viu a foto do meu currículo em que estou sorrindo ainda disse: "asi me gusta, sonreíndo...por que no hay que agobiarse"). Claro que nao. A agonia toda já passou. Agora é lutar, cada dia mais, por minha querida Barcelona. E eu hei de vencer, pode apostar nisso.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Melhor que a encomenda

É impressionante como Barcelona continua, a cada dia, me dando novas (e excelentes) liçoes. Eu que achava que ia me sentir mega sozinha sem a Mari e sem o Joselito acabei me surpreendendo comigo mesma. Passei meu sabadao de boa, em casa, lendo e descansando da balada de sexta (sim, me joguei de novo na Bikini e enchi a cara). Lá pelas 19h baixei até a Catedral para ver o endereço certinho da casa da Amanda e ir à festa e qual nao foi a minha surpresa ao descobrir que nao iria sozinha, mas sim com 3 companhias (Gabriel, Miguel e Gerald). Fizemos uma hora na base dos trixis, tomamos umas cervejas e lá fomos nós de metro.

A primeira impressao que tive da casa foi algo mais ou menos como "caralho!". Construída no séc. XVIII, os ocupantes mantiveram a casa tal qual a encontraram há 11 anos. Ou seja, era quase uma volta ao passado. Na área externa assisti um cara fazer o diabo com uma corda vermelha, uma maleta, umas ratoeiras e uma bengala. E isso sem dizer palavra. Depois duas moradoras fizeram uma encenaçao de como será o futuro (no futuro solo hay mierda, joder!) e logo foi a vez da Amanda mostrar alguma coisa. Ela também fez uma encenaçao muda, de uma dona de casa que fica tao bitolada em televisao que nao se dá conta do que faz (e isso inclui decepar o próprio dedo polegar). Foi interessante, mas o cara com a maleta...sem palavras. Gênio!

Aí o relógio já apontava à meia-noite e serviram uma paella. Uma nao, duas, só para começar. Paguei 4€ e voltei para casa, as 3h da madruga, com a pança ainda cheia. O velhinho que a cozeu realmente fez tudo com amor, tava bom, tava muito bom. Claro que teve gente que reclamou do preço, mas para mim tava de bom tamanho.

Depois de comer Amanda levou a Miguel e Gerald a seu quarto para que eles pudessem "meter unas rayas" (esse Gerald é o mesmo com o qual eu fiquei assim que cheguei a BCN...mal sabia que o cara era viciado em pó...nao que fizesse diferença, mas...). Era a minha oportunidade para conhecer o lado de dentro da ocupa. Cada passo era uma surpresa. A cozinha, em total desordem, tem forno à lenha e eles assam o pao que comem todos os dias ali mesmo. Um lance de escada e chegamos a 6 quartos, todos enormes e bem desorganizados (normal, parecia meio que um ninho de artistas). Outro lance e mais 2 quartos também grandes. E no ático ela, Amanda, dorme sozinha num senhor quarto. Enquanto os meninos se divertiam com a farlopa falei para ela quando poderia fazer a mudança, que seria apenas por um ou dois meses. Ela acabou me contando que vai pros Estados Unidos e depois vai viajar com uma cia. de teatro e que seria bacana eu ficar um tempo mais para cuidar das coisas dela. Achei a idéia ótima (terei cama de casal para poder dormir com meu querido quando me der na veneta, armário para as minhas coisas, aquecedor, cafeteira...) mas ficamos de ver os detalhes em dezembro.

Voltamos para baixo e o som rolava solto. Havia alguns fazendo música ao vivo, um dj numa das áreas internas e, claro, muita marijuana e haxixe. Nao tava para drogas, resolvi voltar para casa. Voltei sozinha, claro, mas andar de madruga aqui é tao sussa que nem faz diferença (claro que faz falta ter alguém para conversar mas um pouco de silêncio depois de tanta bagunça me fez bem).

Domingo fui trampar no meu bar e ontem reparti os flyers para outra festa do Beto, de forró universitário. Nao tinha muita gente, mas tava super bacana. Dancei com Kelson, com o Toh, me diverti e tomei umas copas. A Mari chegou de Londres, encantada com a cidade, e foi direto para a festa (eita pique!). Antes das 3 já estava em casa.

E hoje, depois de ir atrás de outro trampo que nao rolou, recebi umas mensagens de Joselito. Disse que estava bem, que a cidade é legal e que estava cozinhando, para variar. Nunca vi gostar tanto de esquentar a barriga que nem ele. Li, respondi e sigo aqui, com as minhas coisinhas, procurando mais o que fazer. Agora mesmo comprei as passagens para Genebra, na Suíça. Vou dia 9 e volto dia 11, para renovar o visto. Queria ir para o Marrocos mas estava super caro (e para ir e ter de voltar em dois dias sem poder ver muito e nem ter companhia preferi deixar para a próxima). Comprei no cartao do meu irmao porque o meu já tava estourado há meses. Aproveitei e já reservei o albergue. Agora, é fazer a vida seguir e ver o que mais me espera na próxima esquina.

sábado, 22 de novembro de 2008

Definitivamente só

Ontem foi um dia um tanto triste. Desde que cheguei sempre estive rodeada de gente, dos muitos amigos que fiz, sempre tive com quem dividir alguma coisa interessante. Mas ontem a coisa ia mudar. Joselito viajava para Marsella, onde ia passar 10 dias trabalhando. Mari viajava hoje cedo para Londres e só voltava na segunda à noite. Ou seja: as pessoas que eu sempre tive mais perto de mim se iam. E eu ficaria definitivamente só, pela primeira vez em Barcelona...

Despedi-me de Jose dando-lhe um gorro e um cachecol para ele agüentar bem o frio que vai fazer na França. Nos beijamos muito, nos abraçamos e, claro, eu chorei. Ele sabia que eu estava contente por ele, pela viagem, mas percebeu que o fato de eu ficar sozinha isto me deixava sensível. Antes de ele ir para casa arrumar as malas, me pediu para que eu continuasse sorrindo, porque se eu sorrisse o sol brilharia, com certeza. Acho que foi uma das coisas mais bonitas que alguém já disse para mim...

Vim para a casa sentindo um vazio, um medo, uma angústia. Tentei dormir mas a ansiedade nao deixou. Entao entrei na internet e acabei encontrando (finalmente!) o Marcelo online. O Ma foi um dos caras que mais me botou pilha para eu me jogar mesmo na Europa. Sempre disse que eu ia me dar muito bem aqui, que ia amar e aquela coisa toda. Nesses cinco meses, trocamos alguns e-mails e recadinhos no orkut mas nada que se comparasse com as nossas longas conversas na volta para a casa depois do trampo ou às nossas baladinhas de cerveja e cachaça. Encontrar ele no messenger, naquele momento de dor, foi um santo remédio.

Conversamos um monte, ele me contou as novidades (entre elas a de que irá para Milao em fevereiro para tirar o passaporte italiano tao esperado e poder, enfim, voltar a viver em Londres), eu contei as minhas e joguei a real do medo que tava sentindo. Ele, que já passou por isso, me deu a maior força, disse que isso acontece com todo mundo e que só depois que passamos pelos piores momentos é que realmente tomamos a decisao de continuar longe ou de voltar para casa. Definitivamente a opçao número dois nao está nos planos, mas na hora do "escuro" sempre passa pela cabeça. Passa, mas nao fica.

Quando nos despedimos, porque eu tinha que trabalhar e ele ia se jogar na balada, me senti renovada. É...nao tem coisa melhor nessa vida que um amigo de verdade quando você precisa. Obrigada, Ma. Eu te espero aqui em fevereiro. Até lá...

Hoje vou conhecer a casa onde vou morar agora em dezembro. Na verdade é a ocasiao perfeita porque a ocupa completa 11 anos e vai rolar uma puta festa. Jantar, música ao vivo e ambiente de cabaret. Acho que vou me divertir. E aproveito para ajustar os últimos detalhes da mudança com a Amanda.

Para terminar: aposto que enquanto você lê esse blog deve estar fazendo um tempo ótimo aí em Sampa. Pois aqui o tempo tá mudando. O sol ainda tá aqui, na janela, todo dia, mas o frio tá aumentando. A previsao para semana que vem é de máx. de 15 e mínima de 6 graus. Vayatela!!!

sábado, 15 de novembro de 2008

5 meses

Enquanto escrevo este post, vejo um sol maravilhoso brilhando na janela da minha sala. Lá fora deve estar uma temperatura agradável, algo em torno dos 19, 20 graus. Outono...Ontem, quando voltava da Bikini, olhei um termômetro que marcava 9 graus. A Mari e eu estávamos quase congelando no ponto do ônibus. Mas eu sabia que hoje o dia seria magnifico.

Bem, já se foram 5 meses. Depois dos 3 primeiros meses, onde tudo é descoberta, curtiçao e bebedeira (afinal era verao), agora a vida começa a tomar um ritmo mais ou menos de "vida normal". Passei a semana indo a todos os lugares que me indicaram para procurar trabalho e pelo menos um a mais já rolou. Agora vou trabalhar repartindo flyer de segunda também. Nada, nada, sem muito esforço, já consigo vislumbrar um soldo que me permita pagar um aluguel razoável. Ainda tenho a oferta da Amanda, para morar na Ocupa, mas se eu tiver de onde tirar para pagar sozinha minha moradia eu prefiro assim.

Fora isso, uma novidade: nao voltarei em dezembro como havia cogitado a princípio. E nao vou voltar por vários motivos: porque nao quero, porque estou apaixonada e nao podia imaginar deixar o Joselito aqui e ir embora, porque pouco a pouco a gente vai se virando, tirando uma grana aqui e ali, porque pude contar com meus pais para passar pelo sufoco (e sei que posso continuar contando, nem que seja com apoio moral para continuar aqui), porque amo a cidade, porque se saio nao sei quando poderia voltar...Enfim. Por essas e por tantas outras, por hora, ficarei por aqui, curtindo o outono, esperando o inverno, procurando trampo e amando tudo isso.

Agora estou vendo passagens para sair da UE e reovar meu visto. Pelo preço, provavelmente vou para o Marrocos. Falei com a Esther ontem, a compi de piso do Jose, e ela ficou empolgada com a idéia. Serao no máximo 3 dias e ela vai estar de férias. Claro que se posso contar com uma companhia a viagem fica muito mais interessante. Sem falar que tem a lenda que no Marrocos eles querem trocar as mulheres por camelos...ai, ai, ai...Quantos será que dariam por mim?

Bom, agora que já deixei um registro, vou nessa. Afinal um sábado de sol como esses nao pode passar assim.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Depois da tempestade...

Quando a vida te sorri, você nao pode fazer nada a nao ser sorrir de volta.

****

Ontem foi um dia diferente. Um domingao de sol lindo, mas eu acordei angustiada. Na verdade já estava assim há alguns dias. Mas enfim, tudo se acabou. Ontem completei 4 meses com Joselito e estamos muito, mas muito bem mesmo, obrigada. A causa da agonia era outra, claro. Protagonizamos várias seçoes de beijos e abraços apaixonados, diante dos turistas em plena Plaza de la Catedral (parada oficial dos trixis e ponto turístico muito requisitado). Quando os turistas nos olhavam, Joselito gritava "romantic tour!". Claro que as pessoas riam. A gente também, oras. Estavamos transbordando de felicidade e eu acabava de encontrar, sem ele saber, a próxima casa onde vou morar. E detalhe: sem pagar nada.

Se as coisas nao mudarem até dezembro, lá pelo dia 4 tô de mudança para uma Ocupa (uma casa que foi invadida e que após alguns anos, sem serem despejados, os ocupantes ganharam direito a viver nela, sem pagar água, nem luz, nem nada). Mas ou menos como o nosso Uso-capiao para inquilinos que vivem no mesmo lugar há 25 anos (Jana e Kátia, se falo bobagem me corrijam, please!). Pois a Amanda, amiga dos trixistas e minha, me convidou para morar com ela numa Ocupa, por uns 2 meses, até organizar minha vida de novo e encontrar um trampo que me garanta o aluguel. Claro que tem alguns pequenos inconvenientes, mas só o fato de nao ter que pagar para morar...Meu Amigo lá de cima nunca me deixa na mao.

Fui trabalhar de gás renovado, cantando, sorrindo. Nao sei porque ainda teimo em me desesperar frente a alguns problemas, mesmo quando eles parecem enormes. No fundo eu sei que a minha fé (aliada à corrente positiva formada por todos meus amigos que deixei no Brasil e, principalmente, dos meus familiares - com primeiro lugar para minha mae, é claro) sempre me faz encontrar uma saída. E que saída! Sem falar que a Amanda é muito gente boa, estudou cinema, adora ler. Tudo bem que é uma maconheira de primeira e fala para caramba, mas nada é perfeito, né?

Agora é pensar qual será meu próximo destino para renovar meu visto. Minha mae me perguntou isso ontem e no frigir dos ovos já tinha me esquecido deste detalhe. Estava pensando em Londres porque a Mari disse que eles carimbam o passaporte lá quando você sai do país. E assim podia visitar a Fefe, gastar pouco...Ainda tenho uns dias para resolver.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Tempo

Já levava alguns dias tentando me lembrar, puxando pela memória, reconstituindo alguns fatos e nada...nada de lembrar quando comecei meu rolo com Joselito. Foi entao que, do nada, apareceu uma luz. O blog! Claro, coño! Como eu nao ia me lembrar dos meus próprios arquivos? Aí lá fui eu, fuçar no meu passado recente e eis que encontrei. Assim como também encontrei minhas noites de verao, minhas baladas diárias, erros de digitaçao e alguns equívocos em algumas palavras em castellano. Normal, errar faz parte do processo. Por coincidência o último dicionário colocado aqui estava totalmente correto.

Ah! Por que mesmo eu queria lembrar o dia? Só para ter uma noçao exata da coisa. Sabia que já levávamos mais de 3 meses mas nao tinha certeza se já batíamos nos 4. Falta pouco, em apenas 5 dias completamos 4 meses. E daqui 9 dias eu completo 5 meses aqui em Barcelona. Uma coisa é certa: desde que começamos a ficar juntos eu nao quis mesmo me ater a datas. Coisa mais desgastante, comemorar um dia no mês, ou no ano, quando o que realmente devemos comemorar é o fato de estarmos felizes e juntos. Cada dia é uma comemoraçao. E com que tranquilidade eu digo isso, um dia depois de sair de balada com ele e Txisti. Claro que antes de chegarmos metemos uma raya de speed (na verdade eu ganhei duas). Olhando para as nossas 3 caras nao dava para dizer quem tinha menos vontade de salir de fiesta. Sério, vontade zero, mas era a primeira festa que o Beto (meu chefinho na Bikini) fazia na Be Cool e eu tinha que ir. Chegando lá a coisa mudou, né. Copa vai, música vem, droga que age e comecei a ficar mas a gusto que un arbusto. Joselito estava super fofo, carinhoso (sem falar que veio da casa dele até aqui perto da minha na bicicleta dele e trazendo a Isolda, só para nao me deixar ir a festa à pé. Luxo, nao?). Mas aí já eram 2 da madrugada, o efeito tava passando e o aburimiento chegando. A essas alturas Txisti e Jose já estavam sentados. Foi quando ele me perguntou se eu nao gostaria de ir para a casa com ele. Convite que aceitei encantada, claro.

Já tinha passado pela experiência de transar sob efeito de speed. Só que apenas ele tinha usado. Eu nao. Mas nessa noite, com os dois influenciados...haja fôlego! Eu recomendo.

Nos despertamos e eu tinha que voltar logo para a casa para abrir a porta para a mulher da limpeza. Ele tinha a "comida" dos trixistas, almoço patrocinado pelo chefe, todos os anos, para todos que trabalharam na temporada. Vários trixistas me perguntaram se eu nao ia. A verdade é a seguinte: Joselito me contou do evento mas nao me convidou. O que eu achei super normal e me poupou de declinar o convite. Festa de empresa é para quem trabalha nela, como acontece em qualquer lugar do mundo. E outra: só ia ter homem junto, bebendo, morrendo de vontade de conversar sacanagem e eu lá, no meio. Sem contar que nao íamos ficar de beijo e abraço porque afinal nao precisamos de platéia para isso. Enfim, quando Gabriel me perguntou se eu ia e eu disse que nao, na frente do Jose, este me beijou como quem diz "obrigado por entender". Agora mesmo eles estao por lá, pela Sierra de Coicerola. E quem sabe a noite nao será, de novo, de cobertor de orelha?

Fora tudo isso, a Olympia, uma das chicas que vive comigo, acabou me oferecendo um laptop dela, que estava sobrando (de vez em nunca eu pedia para usar o Mac dela, para ver meus e-mails). Total que agora tenho como postar todos os dias, visitar meu orkut, responder com calma meus e-mails e ainda economizar a grana do locutório. Perfeito.

Pequeño dicionario de espresiones castellanas

Mas a gusto que un arbusto - super à vontade
Me suda la polla - nao me importa nenhum pouco
Es acojonante - é incrível
Que coñazo - que droga, que porcaria
Uala - uau
Vaya - igual a uala
Oye - equivalente ao nosso "viu...", quando estamos conversando com alguém e queremos emendar uma conversa na outra
Amigo con derecho a roce - amizade colorida
Que gilipollices - que idiotices
Estoy echo polvo - estou só o pó
Echo un vistazo - dou uma olhada

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

"Vamos voltar à pilantragem...obaaaa!!!"

Nao, nao e nao. Definitivamente nao é nada disso que você está pensando. Lembrei da música porque já fazia um tempo que eu nao saía de balada (aqui se diz salir de fiesta...muito mais bacana, fala a verdade?) e voltava bebinha para casa. Sei lá se foi o Halloween, ou a mistura de cerveja com gin toni, o fato é que na madrugada de sábado cheguei em casa completamente chapada. E molhada, porque chovia pra caralho quando desci do busao e desde o ponto até a minha casa é um pulo, mas com tromba d´água...

E tem mais: lembrei da música porque ela se encaixa muito bem com o momento da Mari. A Mari...vou sentir tanta falta dela. Nos conhecemos aqui mas ficamos tao juntas, tao amigas que parecia que nos conhecíamos há anos. Aproveitando a desculpa que ela só tem mais um mês aqui (como se a gente precisasse disso para se jogar na noite), começamos a sexta passando na base dos trixis e tomando duas cervejas. De lá, em companhia de Jose, passamos no Mc para tomar um Mc Flurry de Kit Kat (simplesmente the best!) e subimos para a rua onde trabalhamos distribuindo os flyers da Bikini. La pela 1 e meia fomos para a Bikini e eu encarei 4 gin toni. A Mari encarou...bem, afora o puta gostoso que ela encontrou, beijou e aproveitou all night long, nao sei quanto ela bebeu. Mas imagino que também nao foi pouco. Fui embora antes porque já nao podia mais, queria cama e comida. O bom é que deixei ela muito bem acompanhada.

O sabado foi tranquilo e o domingo um pouco dramático. Juntou tudo: um frio do caralho, chuva, a TPM. Já acordei chorando e o coitado do Jose tentando me acalmar. Nao conseguiu, mas o sol que saiu quase no fim da tarde ajudou bastante. Acordei hoje renovada! Passei o dia fazendo ligaçoes para Deus e tomo mundo, pedindo trampo, deixando CV e acho que agora vai. Depois conto as novidades. Por hora, continuem na torcida!

******

Nada de velhos romantismos, frases feitas ou antigas crenças. Hoje, nenhuma outra pessoa mais do que eu sabe que o melhor momento da vida é o agora, o hoje, e que homem da sua vida é aquele que te faz feliz no presente. E tenho dito.

******

Nuevo pequeño dicionario castellano

Truchón - bicha
Se me va la olla - me perdi (na história que estava contando)
Cubata - drink
Vayatela - caramba!
Pipa - cachimbo
Puro - charuto
Farlopa - cocaína (nao, nao provei)
Habitación - quarto
Bufanda - cachecol
Guantes - luvas
Chaqueta - jaqueta
Rastas - dreads
Culo - bunda ou diretamente cu
Calabacín - abobrinha
Calabaza - abóbora
Pez - peixe (vivo. Morto é pescado mesmo)
Judias - feijao (mas aqui nao tem carioquinha)
Maíz - milho
Polla - rola, pinto
Concha - fofa, perseguida
Coño - o mesmo de cima
Senos - seios
Frente - testa
Muslos - coxas
Codo - cotovelo
Me cago en la calavera de tus muertos - o xingamento mais pesado que existe. Só se usa com inimigos de morte. Nem de brincadeira se diz!
Perra - prostituta
Zorra - o mesmo de cima
Cascarse - masturbar-se
Gorra - qualquer coisa que se usa na cabeça que nao seja chapéu (porque chapéu é sombrero)
Tacones - sapatos de salto
Tacos - palavroes
Tranvía - bonde

Alguma dúvida?