quinta-feira, 19 de junho de 2008

Brasil 1 x 1 Argentina

E como encontrei a casa dos meus sonhos

Uma breve explicaçao de como é este hostel:
- Os meninos andam sempre em grupos, numerosos! Com as meninas juntos, que fique claro. E todos, sem exceçao, sao bagunceiros. Apesar de haver regras neste albergue, elas sao sempre severamente desrespeitadas...menos a regra da hora do café-da-manha (que é insana...das 8:45h até às 10h...Imagine que nesta cidade faz sol até às 22h...imagine que a noite demora para chegar e, provavelmente, demora para acabar...agora imagine como é fácil levantar este horário).
- Na manha passada acordei com um barulho tremendo vindo do corredor. Pelo que entendi dois árabes brigavam com um grupo de alemaes (todos bem novos, sempre). Fiquei até com medo que saíssem no braço, ou algo assim, mas logo uma voz mais velha, feminina, colocou tudo no lugar. Menos mal.
- Agora divido quarto com 5 suiças que falam todo, TODO O TEMPO. Dormem falando. Acordam falando. Nunca, jamais, em momento algum, elas param. E abrem a porta toda hora, batem, acendem a luz na minha cara... Mas sao lindas, devo dizer. Cada corpinho e cada rosto que voces precisavam ver. Ontem uma perguntou em inglês para mim de onde eu era. Tentamos conversar um pouco mas...meu inglês...deixa ele de novo pra lá.

Devidamente acordada (por conta da briga), tomei banho e corri para pegar o café. Até que é bom. Café, leite, chocolate, croissant, cereais, leite, manteiga, geléia e três tipos de suco. Fiquei nos cereias e no suco para melhorar da ressaca.

Isto feito, fui dar um rolê. Queria ir a Monjüic, a colina dos judeus. E fui. Ao todo foram 5 horas andando (entre ida e volta). Parei em alguns pontos, tirei fotos. Algumas (as melhores até agora), tirei do páteo do Museu de Arte Natural da Catalunha que...mais uma vez vou ser redundante com as coisas daqui, é magnífico. De lá se tem uma vista de quase 360ºC de Barcelona. O sol estava quente. E eu estava sem protetor.

Nao sei de onde tirei forças para voltar. Estava cansada, me sentindo um pouco queimada e morrendo de fome. Resolvi que pela bela caminhada eu merecia algo especial. Una paella. Pedi e comi como uma rainha em dia de festa. Num restaurante aqui perto. Foi maravilhoso. Acompanhando tudo, uma cervja.

Voltei ao albergue, tomei um banho e senti o tamanho do estrago da brincadeirinha de andar ao sol: estava com os ombros negros. De verdade. O nariz é outra coisa que nem é bom comentar. Mas fiquei feliz com tudo que vi. Valeu a pena.

Fiquei um tempo lendo e depois fui atrás dos meus amigos dos trixis, na Catedral. Encontrei Eduardo (o Bonete...ah, Bonete...). Perguntei se eles iriam ver a partida em algum bar, ao que me disse sim e já me convidou para ir junto. Sei que você nao precisa desse detalhe, mas terei prazer em dizer o óbvio: eu aceite. Começamos a falar da minha viagem. Eu fazia perguntas, ele outras e entao quis saber para onde eu vou depois da casa de familia. Falei que tenho que procurar um canto e coisa e tal. Do nada ele me vira e diz: (traducao, ok?) "Meus pais estao saindo de viagem lá pelo dia 15 de julho. Depois que voltei da Australia, há duas semanas, voltei a morar com eles porque ainda nao tive tempo de procurar um canto pra ficar sozinho. Se voce quiser ficar lá um mês, até eles voltarem, pode ficar tranqüila e nao precisa pagar nada". Eu quase fiquei sem palavras. Mentira! A verdade é que eu quase caí no colo dele pra beij-lo, abraçá-lo, agradecê-lo, de tanta felicidade. Será que eu tenho mesmo toda essa sorte? Ser convidada pelo Bonete (o Bonete!), para ficar na casa dos pais dele, COM ELE, e de graça? Claro que de graça nessa vida nao há nada, mas se for pra cobrar em sexo ainda garanto uma boa propina.

Logo ele teve que sair para levar uns gringos por um passeio e eu voltei para o albergue. Quando retornei à Catedral já passava das 20h e...ele já tinha ido embora. Perdi a noçao do tempo. Perdi a chance de ver a partida. Com ele.

Cabisbaixa, só me restava voltar para o albergue, pegar uma cerveja no boteco da esquina e sentar no refeitório para ver o jogo com aquela molecada barulhenta. Foi o que fiz. Assim que sentei, um rapaz que estava à minha frente se sentou ao meu lado e começou a puxar assunto. De princípio nem dei muita bola. Foi quando ele disse que me viu dançando na Catedral.

Rápido flashback

Entre uma conversa e outra com meus amigos do trixi, eles invariavelmente tinham que sair e a conversa sempre estava por ser terminada. Numa dessas, sentei-me para descansar. Logo me cola um velhinho, muito engraçadinho, e começa a perguntar se eu nao queria dançar. Havia um grupo tocando salsas e merengues e eu pensei: porque nao? E fomos lá fomos nós, dançar salsa na frente da Igreja. Divertido. Até el vejito começar a perguntar se eu queria ir com ele para Granada, que tem uma casa lá...Sorridente, disse que nao, obrigada, e que agora gostaria de ir embora. E fui.

Voltando do flashback

Achei graça de ele ter lembrado da minha dança e entao percebi: meu Deus, ele era um gato! E novo, claro. Bom, pra resumir: ele é argentino, tem 21 anos, está de férias na Europa há 4 meses e me convidou para tomar outras cervejas fora do albergue porque aqui dentro sempre faz muito calor. Fomos e nao só tomamos cerveja como fumamos haxixe (que eles misturam no tabaco e fica uma delícia) ali mesmo, na frente do boteco. Aqui a coisa é bem sussa com relaçao a isso.

Bem, bem, bem...e ainda tinha o jogo do Brasil que ia começar as 3 da manha. Nao podíamos ver no albergue porque desligariam as tevês, mas aí surgiu um mexicano com um super computador e wirelles e entao combinamos de ver juntos, com um outro argentino que apareceu do nada. Enquanto o jogo nao começava...cerveja! Fomos caminhando e parando em vários lugares pra beber. Mas antes...

Tá, tá...eu nao resisti. Também, nem tinha como. O céu estava claro, a noite linda, eu bem louquinha e com ele ali, pegando na minha mao. Sim, ele me beijou. E que beijo! Ficamos grudados por muito tempo. Aqui é muito comum ver casais apaixonados se beijando nas ruas, nas portas das casas. É bem bonito. Entao ficamos nos beijando muito tempo e voltamos para o albergue. Aqui até tentamos ver o jogo mas...meu quarto estava vazio e havia uma vontade entre nós dois que podia ser sanada. A próxima cena marcante quem viu foram as suíças. Elas abriram a porta muito rápido e nao deu tempo de cobrir nem a minha bunda nem o membro dele. Imaginou a cena? Agora junte a isso o fato mais engraçado: elas deram meia volta e ficaram esperando ele sair, até apagaram a luz quando fecharam a porta e voltaram. Rachamos de rir, terminamos nosso ato e ele se foi.

Quando abri a página da UOL, li: "Brasil empata com Argentina em jogo chato". Aqui nosso jogo tinha dado 1 x1.

4 comentários:

Zé Tadeu disse...

Meu.. começou bem dois dias no país e já tem uma cena sexual supervisionada! Essa viagem promete!

Janaina Basilio disse...

Flor da minha vida! hehehehe ... realmente vc se supera a cada dia, sem palavras ... quer dizer, tem uma palavra sim: inveja ehhehehe

bjs

Édnei Pedroso disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Édnei Pedroso disse...

É...bem mais empolgante do que catar direitos autorais, rsrsrsrsrsrs.

Está perdoada.=P

Beijos.