terça-feira, 17 de junho de 2008

Segundo dia

e o fim da noite do primeiro...

Desisti de querer fazer tudo bonitinho. Eu bem que tentei, mas aqui é complicado. Esse teclado nao tem "tio", entao todas as palavras que levam este acento vao ficar desfalcadas. Perdoem-me.

Bem...quando finalmente organizei todas as minhas coisas, resolvi descansar um pouco na minha cama (no quarto que me foi designado, tive de ficar na beliche de cima, que odeio por conta da luz na cara toda vez que alguém precisa entrar ou sair). Acordei quase 10 da noite aqui e disse pra mim mesma que merecia uma cerveja. Sai para fumar um cigarro e andei calmamente para o boteco que fica na esquina. Perguntei se poderiam me servir uma cereja (tomei uma tal de Coronita com limón que estava ótima, bem geladinha). Pedi também um bocadillo. Nem sabia o que era mas precisava comer, desde o aviao que nao punha nada na boca. Sentei-me em uma das diversas mesinhas que se encontravam à frente do bar, num lugar aberto ao ar livre. Muito simpático e convidativo para mim.

Nao demorou muito e me cola um negao de quase dois metros de altura, todo bem vestido falando em ingles. A princípio fiquei com receio de conversar (lembrava toda hora do único conselho que me foi dado por papai já no aeroporto: "ó...nao vai confiar em qualquer pessoa, hein?"). Eu prometi que sim e queria cumprir para meu próprio bem. Mas ele nao me pareceu má pessoa, estava perdido, perguntando onde ficava uma rua e tal. Tentei dizer que nao morava por aqui e que ele devia perguntar para outra pessoa. Ao final de uns 10 minutos de conversa truncada, em inglês e espanhol, ele pediu para se sentar e eu deixei. Depois ofereceu uma cerveja (meus olhos brilharam, claro, mas o conselho de papai também soava em minha cabeça). Eu aceitei e pensei que se a garrafa viesse aberta eu nao tomaria (vai que tinha um "Boa noite, Cinderela" lá dentro, né?). Enquanto isso, colaram na pracinha um violeiro e alguns rapazes. De repente, no meio da conversa, ouço algo como "canta uma música do Brasil". Aquilo foi como um chamado para mim, que em menos de um minuto peguei uma cadeira e sentei-me junto deles. Fui recebida com sorrisos e acenos para que chegasse mais perto. Quando me perguntaram de onde eu era e ouviram que era do Brasil..."Ah...Brasil, que lindo!". E começamos a conversar melhor...

Na roda estavam um português (Vasco, um gato!), um belga (Gabriel, que ontem descobri que se chama Steven, mas prefere ser chamado de Gabriel), dois italianos (Lúcio, ou Lucito, e Nicola), dois catalaos (Javier, ou Chaví, e Joselito) e mais um velhote que nao me recordo o nome. E nem de onde era.

Ficaram cantando, o negao voltou (disse que era londrino, mas a mae negeriana, por isso era daquela cor) com a cerva (fechada!) e eles logo se puseram a fumar marijuana. Nem quis me aventurar, nem sabia de onde vinha aquela parada, nem quem era aquela gente (apesar de já ter simpatizado com eles de cara).

O bar tinha que fechar e eles ainda estavam na pegada de tomar mais uma. Convidaram-me a tomar mais uma "por conta da casa". Lucito estava se despedindo da turma porque ia abrir um bar em 15 dias. Detalhe importante: todos trabalham juntos num negócio de trixis aqui. Sao bicicletas que se aluga por algum tempo onde uma pessoa (no caso, um deles) pode levar ate dois turistas para qualquer parte. É um troço muito legal, depois baixo as fotos.

Aceitei o convite, claro. Ainda mais que era por conta da casa e fomos andando do Cavalo (bairro onde estou) até o Bairro Gótico. Foi impressionante a mudança porquê passamos ao sair de um bairro a outro. Parecia outro país, juro! Acabamos entrando num barzinho estilo pub e tomamos algumas cervejas e fumamos. Eu tabaco e eles, marijuana.

Por volta das 2 e meia todos resolveram que era hora de partir e eu perguntei como voltava para casa. Vasco e Chaví fizeram questao de me acompanhar. Afinal, era minha primeira noite e, apesar de na visao deles nao haver perigo, nao queriam que eu me arriscasse. Deixaram-me na porta do hostel e ainda me convidaram a dar uma volta de trixi. Por conta da casa!!!

Bem, e assim terminou minha primeira noite em Barcelona. Quase borracha de nuevo, com vontade de ter beijado alguns guapos daquela roda, mas nada aconteceu, e achando que eu ainda ia me dar muito bem nessa cidade...

Um comentário:

FeltroMonia disse...

huauhuhauhauhauhauha
requer detalhes!!!!!!!!!!!!!!!!