sábado, 12 de julho de 2008

Pasa, pasa! Vamos a Vallcarca!

Às vezes acho que vivendo aqui em Barcelona eu nunca vou conseguir dormir uma noite para descansar de fato. Todo noite bebendo até tarde (e a cada noite esse horário se extende mais), algumas vezes levantando cedo para aula ou para procurar trampo. Mas sinceramente isso não é nada, comparada com a vida que tinha em Sampa, tá tudo meio igual. Portanto nem tenho do que reclamar.

Ontem fui ver um trampo de camarera. O cara me ofereceu 850 euros para trabalhar 6 vezes por semana. Até aí tava razoável, até que ele me disse que sábado eu teria que trabalhar 11 horas e domingo mais 9. Aí eu broxei. Por hora, vou levar só o trampo de promoter de balada, distribuindo flyer na praia, 3 vezes por semana, 3 horinhas só. Vou mandando cv pra ver se pinta algo que eu possa conciliar. Afinal, além de trabalhar super pouco e ganhar uma graninha, ainda tenho passe livre na balada e direito a bebida. Ou seja: tá pra mim.

Depois de resolver essa pendência, fui ver se o Lucio precisava de uma mão no bar. Ele não precisava de uma, mas de uma dúzia. Um monte de coisas por fazer ainda e o sócio dele meio perdido. Pois chamei o trampo de meu e me joguei. Ficamos das 6 da tarde até a uma da manhã ralando, mas quase acabamos tudo. O bom é que ajudando ele no bar eu posso beber tudo o que quiser. Claro que não fico explorando, enchendo a cara, mas umas brejinhas nesse calor insano que faz aqui são sempre bem-vindas.

Lá pela meia-noite chegaram Joselito, Cillian, Geral, Jorgi, Carolina e mais alguns italianos. Tomamos uns chopps e fomos para Santa Maria Del Mar. Fumamos uns porros, bebemos mais cerveja e Joselito ia me acompanhar até em casa. Ia.

Só para explicar
O cachorro a que me referia no post anterior é ele mesmo, porque o rapaz tem mania de me morder e por conta dos roxos que ainda tenho no braço e no ombro.

No começo da volta para casa, ele arrumou uma bicicleta pra mim e perguntou que horas eu tinha que voltar. Disse eu que não tinha hora. E que muito menos precisava necessariamente voltar pra casa. Aí ele me convidou pra fazer um tour de bike. Achei ótimo no começo. Mas depois foi sacanagem. Eu numa bike de passeio, me fodendo nas ladeiras e ele numa puta montain bike. Falei que tava cansada e que queria voltar. Foi quando ele parou no meio do caminho, ficou me olhando e perguntou: "voltar pra onde?". E eu: "pra casa, oras!" A cara que ele fez depois eu devia ter fotografado. Ele estava totalmente estupefato. Na verdade eu que dei uma de Bob Esponja...Com a deixa de "não necessariamente tenho que voltar" ele logo pensou que eu tinha me referido a ir a casa dele. Pode ser que tenha pensando isso na hora. Mas nem tava a fim.

"Pasa, pasa!", ele repetia quando o semáforo abria, para que eu não tivesse medo, que não vinha carro. E eu: "pasa, pasa! Vamos a Vallcarca" (bairro onde ele mora). Então nós fomos. E ele foi um fofo. Já fui logo tomar um banho porque tava uma cola só depois de tanto trabalho no bar e do rolê de bici. Depois fui pra cama dele. Mas esta era muito barulhenta. Mudamos para as camas da sala, bem mais frescas e silenciosas (afinal, a sala era montada por dois colchões de casal atulhados de almofadas coloridas e outras tantas coisas indianas). Desejamos boa noite um ao outro e dormimos. Mentira. A gente ficou uns minutos sem se mexer mas aí é foda...Eu já tava querendo e rolou. Foi incrível! Tudo. E melhor ainda quando despertamos e ele preparou café da manhã pra gente.

Era hora de ele trabalhar e eu voltar ao bar para dar o último tapa no bar. E agora cá estou, prestes a me arrumar pra festa. Chove, chove muito. Nem sei como vou fazer pra chegar lá. Desejem-me sorte.

Um comentário:

FeltroMonia disse...

Mas a madame anda numa graça nas palavras não? Anda muito com Joselito. Fazendo deveras graças. Macaca Simão!
E essa do cachorro foi engraçado. Confesso. Cachorro!