quinta-feira, 10 de julho de 2008

Parc Güell, Monjüic e um cachorro

A esta hora, se as coisas tivessem saído conforme o planejado, desejado e esperado, eu deveria estar tomando sol no belo mar da Costa Brava mas...como já pude perceber, quando o assunto é Sabonete eu não posso me fiar tanto na palavra dele. E aí, como você já pôde perceber, eu não estou tomando sol na Costa Brava. Longe disto. Passei a maior parte do dia andando para ver onde poderia deixar currículos. É, pessoal, hora de procurar algo pra fazer porque ficar nessa vida de cervejada toda noite não vai me levar muito longe (no máximo de volta pro Brasil...credo! Isola! Bate na madeira!!!).

Depois daquela noite no mínimo "estranha" de sábado, os dias que se seguiram foram muito bons para mim. Na segunda, finalmente, fui conhecer o Parc Güell, uma das grandes obras de Antoní Gaudí. Na verdade eu nem tinha planos, eu estava mesmo era a fim de ir ver um filme ao ar livre no Castelo de Monjüic, nunca tinha ido e apareceu um convite na escola de espanhol. Mandei uma msg para Joselito e este, de folga, ao me responder, disse que não só gostaria de ir comigo como também me convidava para ir tirar a famosa foto ao lado do lagarto. Topei na hora.

Passamos algumas horas no parque, tirando fotos e rindo à beça. Como esse cara é engraçado! E não é forçado, é dele. Ele tem cara de cômico. De lá passamos no mercado, compramos umas coisas pra levar pro cine e fomos até a casa dele. Tive oportunidade de conhecer a Estel, companheira de piso do palhaço, uma fofa. Conversa vai, conversa vem, fui prar no quintal e vi...pairando sobre a minha cabeça...umas tantas bicicletasa. Brinquei, dizendo que eu ainda estava precisando de uma (afinal a do Sabonete tava de rosca e o Lucio é que tá de rosca com o bar pra poder pensar em arrumar aquela que me prometeu). Pois Joselito não só disse que sim, como já pegou uma, olhou o que tava faltando, pediu para eu comprar cabos de freio e me tranqüilizou dizendo que ele era mecânico e que a bici ia ficar nova em folha. Assim é que eu gosto, atitude!

Levamos cerveja, a salada que o Joselito fez (que estava divina), fruta, água e mantas. Como o lugar é alto, faz um pouco de frio. Mas um frio gostosinho...perfeito pra gente ficar agarradinho com alguém. E não é que eu fiquei assim com o Joselito? Calma, calma, nada de pegação. Só nos encostamos mais para ajudar a passar o frio. Pagamos 4 euros, com direito a um showzinho antes do filme, o filme em si e uma esteira emprestada para não sentarmos diretamente na relva. Perfeito. As fotos estão no orkut pra quem quiser ver.

Na saída ainda esqueci a bolsa com tudo dentro lá no campo. Voltei correndo e felizmente a polícia tinha encontrado e estava me esperando com ela. Ufa! Que susto da porra! Cabeça de vento...

Na terça resolvi sair do ócio e literalmente ir atrás de um trampo. Imprimi uns cvs pela manhã e fui aos chiringuitos (os bares de praia). Claro que como não tenho papéis, se quero trabalhar de garçonete, vai ter que ser nesses lugares. Mas os bares de praia daqui são um evento a parte porque só trabalha gringo gato. Juro, não sei de onde saiu tanta gente bonita pra trabalhar ali. Até que fui bem recebida em todos. Já no segundo um cara quis que eu fizesse um teste pra lavar louça e lá fui eu. Afinal, trabalho é trabalho e eu não tô muito em condição de escolher. Ficou de ligar e estou esperando. Num outro, um italiano gatíssimo ia me contratar na hora. Disse que tinha gente de toda parte do mundo e que ainda não tinha uma brasileira...que adorou meu sorriso, que eu ia atrair muitos turistas...mas quando eu disse que não tinha papéis o cara broxou. Sem brincadeira. Parece que ele lamentava mais que eu. Ficou de pensar e me ligar depois. Tô torcendo. Trabalhar ali, rodeada de gatos, sinceramente era o trampo dos meus sonhos. Segui nessa movida até o fim da tarde, depois fui beber com meus amiguinhos de sempre. Fomos comer algo (Joselito, Gabriel e eu) num restaurante africano. Nada demais, mas é gostoso e bem barato.

Ontem foi que o bicho pegou.

Uma breve retrospectiva
Na pressa de vir embora no domingo eu nem lembrei de pegar meu relógio, um brinco e uma pulseira. Ficou tudo na casa do Geral. Só lembrei na terça-feira. Quando passei na base ele não estava, o que, confesso, foi um alívio porque eu não queria de fato vê-lo. Mas ontem ele estava. Esperou que todos saíssem e me disse que ia trazer as coisas para a base pra eu poder levá-las. Achei ótimo.

Outra breve retrospectiva
No noite do cine, como havia passado o dia todo com Joselito, estávamos muito à vontade um com o outro. Fazendo palhaçada, brincadeiras de duplo sentido e tal. Até que ele começou a me morder e ao final me deu uma no braço que tá tudo preto. Juro. Parece que me deram uma surra danada. Dói só de pensar. Acho que em mais uns 4 dias me livro desta. Da outra acho que me livro antes.

Ontem fui distribuir mais cvs pelo Born e pelo Barri Gótico. Não tive tanta sorte, mas entreguei alguns. Depois fui até a Catedral e Joselito me levou, finalmente, para dar um passeio de trixi (dá pra acreditar que mesmo conhecendo todos os caras, desde que cheguei nunca tinha feito um passeio de verdade num desses? Convite não faltou, mas achava meio foda andar e depois eles não me cobrarem...mas ao final aceitei). E percebi que, mesmo andando dia e noite por aí, sozinha ou acompanhada, eu não conhecia tanta coisa quanto imaginava. Foi uma hora de rolê, com direito a entrar em duas catedrais, visitar colunas do tempo Adriático, uma igreja que sofreu um ataque na Segunda Guerra e onde morreram 42 crianças (a igreja fica ao lado de um antigo orfanato) e outras tantas coisinhas mais. Foi perfeito. O preço: Joselito disse que teríamos de chegar a um acordo sobre a forma de pagamento. Com a criatividade que tenho eu já passei em várias formas. Só que ele, com certeza, quando disse isso, já sabia exatamente o que isso ia me custar.

Se interessa saber não. Joselito não é bonito. Nada. Mas é um cara incrível. Divertido, inteligente, descolado. Por onde ele passa e vê criança ele pára e troca idéia com elas ou as diverte de alguma forma. Só anda de canga e sem cueca (!!!). Enfim, ele é assim, como posso dizer, inusitado.

Depois dessa odisséia passei pela base para dar os cabos de freio para a minha bici e ele me ofereceu uma para ir para casa. Não entendi nada até ver ele com um cartão dessas bicis que se aluga na hora, na rua. Pegou uma pra mim porque a dele é uma fudida, de corrida. E lá fomos nós para minha casa. Não, mentira. A gente até chegou aqui, mas não entrou. Resolvemos tomar uma (e que tinha jurado pra mim mesma que não ia tomar nada) num canto muito curioso que tem aqui do lado de casa (pra você ver como eu não conheço nada, o lugar é meio que um point de artistas porque tem ao lado uma sala pornô e em frente um teatro muito famoso. Assim é a minha vizinhança e eu nem tinha me dado conta.

Tomamos algumas brejas, ele comeu e quando eu fui pagar a conta perdemos a mesa. Era na terraça e o chino filho da puta que estava nos atendendo deixou outras pessoas sentarem mesmo com a mochila do Joselito no chão. Tudo bem, dizia ele. Atravessamos uma rua e sentamos no bar do lado. Tomamos mais algumas, fizemos mais algumas bromas (palhaçadas) e pronto. A gente se beijou. E não foi só isso. Depois de nos beijarmos avidamente na terraça, teoricamente eu tinha que entrar, era tarde e eu queria ir pra aula no dia seguinte. Mas não. Ficamos ainda quase 2 horas na porta do prédio num amasso nervoso. Certamente alguém viu a bunda dele de fora porque a canga não parava quieta. Confesso que o falta de beleza sobra em outros quesitos. Outro resultado da pegação é um outro roxinho no ombro. Mas felizmente bem suave. Por fim entrei em casa, às 4 da manhã, toda descabelada (mais do que de costume). Nem fui pra aula. Aproveitei que acordei tarde e fui tentar levar mais currículos. Acabei sendo convidada por uma mina pra trabalhar distribuindo flyer de balada na praia. Serão 3 horas por dia, 3 x por semana e a grana até que é boa. Vou me jogar nisso enquanto não encontro nada melhor.

Mais tarde vou até a balada para conhecer o dono. Antes tem um churrasco (ou barbacoa, como eles dizem aqui) na casa do Davi, um dos trixistas. Não sei se vou. Queria mas...de novo aparecer de mãozinha dada no meio da turma talvez não pegue bem. Mas de toda forma eles largam o trampo às 9 e a balada é só meia-noite. Ainda me sobram algumas horas para fazer o que eu quiser. Acompanhada, claro.

3 comentários:

Katia disse...

Darling, vc não presta!!!! Mas já são tantos os nomes que ja me confundi toda. E o Sabonete nada? Vai rolar a casa dele ou não? Como é o nome do bairro onde vc está? Não soube informar para alguém que me perguntou. No mais sem novidades, passamos o feriado do dia 9 de julho na casa da Solange, seu pai bebeu todas, pra variar, mas o Luis estava na seca pra poder dirigir, ok? Sua mãe caiu na caipirinha de Kiwi, mas não conseguiu tomar um copo inteiro. Foi divertido. Como faço pra te incluir no msn? Qual seu email?

Adriádene disse...

Mil coisas, mil coisas... mas.. e o cachorro (do título do post?)??? rs rs Beijos, gata!

Édnei Pedroso disse...

Para Ady:

Arrisco a dizer que o "cachorro" do título é o nosso amigo Joselito (cujo próprio nome já diz, é "sem noção" e exerce sintomas de canibalismo em nossa estimada amiga).

Ainda bem que ela sabe se defender, rsrsrsrsrs.

Para Kele:

Amei o scrap de niver. Tu és única, Rainha.

Beijo.