Visitas, passeio de barco e a contagem regressiva

A Mari tinha muito disso no blog dela, de comentar as visitas que recebia enquanto vivia aqui em Barcelona. Eu meio que desencanei de rotular, como "primeira visita", "segunda..." e assim por diante. Mas nesse quase um ano já recebi a Fefê (tomara que ela queira voltar esse verao, me diverti horrores com ela aqui), a Tatamie (que acabou ficando na casa de um rolo e nos vimos uma tarde) e agora veio a Helena. Ela tá morando em Paris e veio passar uns dias na cidade, na casa de um tio, com a irma. Nos encontramos por Gràcia numa quinta-feira à tarde e entre uma cerveja e outra fofocamos sobre a vida. Nesse meio tempo também apareceu o Feijao, que é um cara que conheci há alguns anos por conta dos blogs que tínhamos. Ele tá com um colega dando um puta rolê pela Europa e uma das primeiras paradas foi aqui em Barna. Na verdade nem conversamos muito, ele engatou um papo com a Nina e nós continuamos no nosso tricot sobre o Santo Grao, o que rolou, os bafos, os rolos dela na França, meu namoro aqui...No final sempre me dou conta que sinto saudade de ter amigos de verdade assim por perto e por mais tempo. Menos mal que ela tá aqui do lado. Qualquer dia me animo e vou pagar de fina com ela na Cidade-Luz.

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Terça-feira foi dia de passeio em barco! Eu, que só andei de barco uma vez na vida, voltando de uma trilha super cansativa em Ubatuba (mas valeu a pena porque vi golfinhos), amei a idéia desde o começo. Fomos todos: trixistas, amigos de trixistas, Gerald (o chefe dos meninos) e a esposa. Saímos do Port Vell, de onde saem as Golondrinas e seguimos pela costa. O dia, que tava de sol e calor, foi mudando constantemente mas nem isso atrapalhou a vista. Gostei de ver a cidade de outro ponto. Comecei a me dar conta de que têm muito prédio na orla, que Barcelona é tao plana que do mar você consegue ver tudo, até a Sierra de Collserola (que delimita a cidade com outras)...E ainda tivemos direito a música ao vivo (com o tio do sax tocando "Garota de Ipanema") e sangria. A música foi bem-vinda, claro, mas da sangria eu nem cheguei perto. Já tava totalmente fumada e fiquei com medo de enjoar e nao queria perder nada. Foi um passeinho, curto, uma hora e meia, mas saí da embarcaçao tao relaxada que nao tinha vontade nem de falar. Acho que todo mundo saiu meio assim porque palavras houveram poucas. De lá fui tomar uma com a mulher do Camilo, a Thais, que é brasileira, só nós duas. No meio da breja ela convida a Jose e a mim a jantar em sua casa. Ligo pra ele, tudo certo, lá vamos nós comprar coisas de picar, vinho...Foi uma noite super bacana, perfeita para completar a tarde que tivemos no barco. O Camilo tinha feito feijoada (só que beeeem mais light que a que a Valéria fez por meu aniversário) e eu comprei a sobremesa. Jose levou o vinho, a maconha e ela botaram som de primeira. Saí de lá acabada de cansaço mas feliz da vida. E com meu querido docinho a tira-colo, claro.

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Ontem foi aniversário do meu pai. Passei o dia pensando nele, esperando um bom horário pra ligar. Já eram as 22h aqui e no Brasil apenas as 17h. Nos falamos um pouco, desejei a ele "muita saúde e muita alegria pra continuar fazendo e animando os churrascos da moçada" (claro que ele se partió la caja de risa), perguntei como estava tudo e ele perguntou o mesmo e logo falei com a minha véia. Nao liguei domingo como sempre faço porque ia ligar na quarta e nao tinha assunto pra tanta conversa. Acabei descobrindo que ela teve outra crise de sangramento nasal. Senti que ela se segurava pra nao chorar, perguntou se eu nao tinha planos de voltar (enquanto meu pai dizia atrás pra ela nao ficar me perguntando isso, que eu tinha que ajeitar minha vida aqui e que nao era pra pensar em mais nada), coisas de mae. Confesso que fiquei um pouco transtornada, também quase chorei, sei lá, misturou tudo com a saudade deles, de vê-los, abraça-los...Essas coisas que todo mundo diz pra gente aproveitar enquanto tem porque depois nao adianta chorar o leite derramado. Pedi pra falar com meu pai de novo e pedi pra ele ter paciência com ela, que ela é assim mesmo e ele disse que estava sendo complicado porque agora estao os dois aposentados e em casa. Minha mae nunca gostou de estar sem fazer nada, meu pai até se acostumou, já leva anos curtindo a aposentadoria. Agora os dois juntos...Imagino que deve ser duro. Ele disse pra eu nao me preocupar, que o sangramento nao era nada importante (como das outras vezes) e que, claro, qualquer problema é só ligar que eles estao ali pra ajudar. Mas isso ele nem precisava me dizer porque eu sempre soube.

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Agora faltam só 4 dias para fechar o primeiro ciclo. Até que passou rápido. E vai ter festa, claro. Dia 15 de junho completo 1 ano aqui. Muita coisa já rolou e sinto que ainda têm muito pra rolar...

Se partió la caja de risa - rachou o bico
Golondrinas - embarcaçao que leva a turistada para passear pela costa de Barcelona
Sangria - mistura de vinho, água com gás, abacaxi, maça e açúcar