domingo, 24 de agosto de 2008

Festa de Gràcia, as Fuentes Mágicas de Monjüic e uma noite de jazz

Antes de ler este post, eu recomendaria que você, que é meu amigo e como tal suponho que tenha um excelente gosto musical, selecione uma boa seleção de jazz e se acomode tranqüilamente em frente ao computador. Desfrute a música e tente imaginar tudo que vou contar a partir de agora.

Sugestão da tia: Ahmad Jamal - para se ter uma noção do que eu tô falando, o cara era nada mais, nada menos, que o pianista favorito de Miles Davis. Mandei bem, fala aí? E ainda dormi ouvindo esse som...

Do dia 15 ao dia 21 de agosto, Barcelona vibrou com as festas de Gràcia, um bairro super tradicional da cidade. Mari e eu, como jornalistas e festeiras que somos, demos nossas belas caras já na primeira noite. Encontramos uma amiga dela por lá, uma londrinha gente boa chamada Cas. Ficamos na Plaza del Sol que hospedou a Plaza del Folk. Dá para imaginar uma espécia de circo, armado com lona branca, onde o chão era forrado de tábuas de madura um pouco suspensas do chão e onde em Dj super tranqüilo mesclava música folk e celta com mais algumas coisas? A gente dançava mesmo sem saber, batendo os pés no chão ou chacoalhando com a vibração de outro centenar de pés que também se chocavam com a madeira. Foi incrível, de arrepiar. Sem contar que estava um super clima astral, todo mundo rindo, se abraçando para dançar em roda, ou com os amigos, como nós. Do lado de fora da tenda, a movida seguia como tinha que ser: todo mundo devidamente sentado (no chão, nos bancos públicos ou nas terrazas dos bares), enchendo a cara e fumando porros. Pena que a gente tinha que trabalhar para a Bikini e não pudemos ficar até muito tarde.

A semana transcorreu toda em paz, tranqüila, tranqüila. Estou procurando outro quarto mas até agora não encontrei nada que preste. Encontrei um bacana mas para começar dia 15 de agosto (e perder meio mês de aluguel) então desencanei. Achei outro, numa casa de uns gays que eu até me empolguei por ser perto da casa da Mari mas quando fui visitar...que putada. No quarto não tinha janela, dá para acreditar? Mesmo todos eles tendo sido uns fofos, não ia rolar. Essa semana estou para ver mais alguns. Sem pressa, devagar e sempre.

Fiz uma entrevista em um restaurante super chique e na primeira semana de setembro eu vou voltar lá para fazer as provas. O lugar é fino no último. Até fiquei meio assim de ter de trabalhar num pico tão formal, mas depois que vi que praticamente só trabalham brasileiras no recinto fiquei mais empolgada. Quem sabe?

Aconteceram duas coisas curiosas essa semana: a primeira é que tive febre uma noite dessas. Do nada comecei a me sentir mal a tarde e quando chegou a noite meus olhos estavam como bolas de fotos. Era, inclusive, o último dia da festa de Gràcia. Senti por ter de vacilar com a Mari, mas eu já não era uma boa companhia, então. No dia seguinte nem sinal de dor, nem de mal estar, nem de nada. Diz meu pai que devia ser uma virose. Achei estranho, um dia só...felizmente não foi nada grave. Morro de medo de ficar doente aqui, do outro lado do oceano. Claro que eu teria a quem recorrer, mas nada se compara a atenção de pai e mãe, né?

No dia seguinte, distribuindo os flyers, começou a chover. Para não me molhar e correr o risco de ficar com febre de novo, corri até a Isolda e pedalei para casa. Foi aqui que aconteceu a segunda coisa rara: correndo da chuva, tentei frear para não passar no farol que estava fechado para mim e...catapum! Caí. Isolda de um lado, bolsa de outro e eu no meio com o joelho fodido. Um mocinho, super gato, me levantou, perguntou se eu estava bem (olhando para aquele rosto até esqueci da dor), colocou a corrente das marchas de volta no lugar e eu segui para casa. Tomei banho e fui ver o estrago todo: alguns arranhões no joelho direito e um graaande hematoma embaixo. Sem falar que o dedão ficou quase sem esmalte. Entre mortos e feridos, todos salvos.

Ainda pensei em distribuir os flyers a noite, mas como choveu de novo resolvi manter resguardo e fiquei em casa. Estava liada com o Catedral del Mar (que terminei e achei muito boa a história da catedral construída pelo povo e para o povo) e segui lendo. Até que seu Joselito ligou e foi até minha casa me ver. Conversamos um pouco, fumamos um e dormimos. Foi infinitamente melhor que ficar tomando chuva na Rambla.

Ontem passei o dia todo de puta madre. Já acordei bem (afinal, dormir com Joselito é sempre um presente e acordar também). Ele tinha que ir trabalhar e eu fiquei de passar pela base um pouco depois para levar o café da manhã. Levei bocatas, um suco e desayunamos. O menino tava impossível. Diz ele que já acordou assim, com o piloto rojo encendido. Mal podíamos nos beijar que as coisas já aconteciam. Tanto que ele teve que tomar uma ducha fria antes da gente sair e tomar um café. Fomos andando abraçadinhos, trocando carinhos, até Santa Maria Del Mar. Sentamos no Belarmino e tomamos dois cafés cada um. Olhando a igreja, o movimento das pessoas...Voltamos para a base e, pouco depois, outra ducha fria. Juro que eu tava me comportando, ele é que tava doido, dizia que tava ovulando...É cada uma que eu tenho que ouvir.

Lá pelas cinco e tanto da tarde fomos almoçar. Atenção para a chamada: Joselito, Marcos, Miguel (para os trixistas ele é o Senhor Miag, para Mari e para mim ele é o Mestre os Magos, por ser um cara super tranqüilo, do bem) e eu. Comemos num vegetariano e de lá, o casal 20 pegou carona no trixi do Marcos até Santa Maria del Mar de novo para o terceiro café. Nada mal para um sabadão preguiçosamente delicioso. Voltamos a base e de lá voltei para casa. Afinal Joselito já teve uma boa cota da minha inestimável presença durante o dia. Ok, ok, ficamos o dia todo juntos porque ele não tinha nada o que fazer na base e eu muito menos em casa. A noite Mari foi em casa para irmos juntas ver um espetáculo que há muito tempo já eu queria ter visto: as Fuentes Mágicas de Monjüic.
As fontes são algo absurdo de lindo. Durante boa parte do verão, por causa da seca, elas ficaram secas, desativadas. Mas tem uns 15 dias que voltaram a funcionar, com espetáculos a cada meia hora. As águas mudam de cor e dançam conforme música. Simplesmente emocionante. Tirei foto pra caralho. Como estas.
De lá, Mari e eu fomos comer. Ela, lista que é, pediu as famosas patatas bravas que eu, há mais de dois meses na cidade, ainda não havia provado. Divinas! Acompanhadas de um ...chá gelado. Não sei, não tava a fim de breja.
E contrariando minhas expectativas, seu Joselito me chamou para dormir com ele, em Vallcarca. A julgar pelo estado de excitação que ele passou o dia, imaginei que não sobraria Kele para contar essa histíoria hoje. Bem, a noite, claro, foi estupenda. Lembro de ele me perguntar, lá pelas tantas, depois de uma cerveja, dois porros e um pouco de amor, como eu me sentia. A resposta foi: "me siento esplendida...". Dormi abraçada a ele, apoiada em seu peito e pela manhã, por mais que eu quisesse, não conseguia abrir os olhos de tanto sono. Ele sim, levantou, arrumou as coisas e quando estava para sair, pediu para que eu continuasse dormindo até a hora que quisesse, para ficar a vontade. Fiquei até quase uma tarde quando voltei à vida real.
Ou será que ainda estou sonhando?

2 comentários:

Mari disse...

Não acho que seja sonho não keke. hehehe isso se chama viveeeeeeeer!!!
i love you baby

Katia disse...

Kelíssima, quantas emoções!!!!!!!!
Será que vc volta mesmo?
Diego está quase chegando, contagem regressiva.
Estou vendo que está cada vez mais "xonada" hein, quem diria....
Seja Feliz
Saudades
Katia