quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Diario de bordo Zurich

Antes de mais nada quero dizer que esse computador estah uma merda...nao sei onde ficam os dois pontos, o acento agudo, nem nada. Putos marroquinos...

Bem, se eu estou aqui, escrevendo este post, voces ja podem imaginar que deu tudo certo na ida e na volta. Entao, vamos ao que interessa: o que soh euzinha vi.

Cheguei em Zurich no sabado, la pelas 7 da noite. Demorei um monte para sair do aeroporto porque, eh claro, eu nao me achava. Tudo em alemao. Ou ingles. Enfim, consegui chegar na plataforma do trem que me levaria ate a estacao proxima ao hotel.

O pai do tio da Sukita
Mesmo na plataforma que eu acreditava ser a correta, tentei confirmar com um senhor que trabalhava ali, recolhendo os carrinhos vazios. Ele falou em italiano e eu entendi bem. O foda foi o fim da conversa: o velho pediu meu telefone, dizendo que eu era "bella" e coisa e tal. Ai, ai, ai...ja cheguei chegando.

No hotel tudo certo. Fiz o check in com um cara que me pareceu bem gente boa. Tudo bem que ao inves de 85 francos suicos ele passou 850 no meu cartao (e pasmem: o Visa aceitou!), deve ter sido a emocao de ver uma brasileira. Fui pro meu quarto, ler. Chovia, fazia um frio da porra e eu nao tinha vontade nenhuma de ficar zanzando debaixo da chuva sem guarda-chuva (acabei comprando um na Swatch. Nao, nao eh pra me gabar, mas era o unico lugar aberto no domingo) Acabei descendo uma vez mais para comprar uma agua e depois fiquei lendo um livro que Jose me emprestou, chamado "El Amante", de Marguerite Duras. La pelas 10 da noite eu ja tava nanando, no meu pedaco de nuvem...Minha cama era muito boa, lencois brancos, edredon branco, tudo perfeito para uma noite de sono tranquilo. O duro eh que tinha uma mulher que nao parava de comer a noite toda. E toda hora era saco de alguma coisa sendo aberta, som de garrafa de algo...Mas dormi.

A nuvem
Agora entendo quando a Enferma fala que a cama do Martinho na Suica eh um pedaco de nuvem. A cama do hotel jah era, imagina as camas das casas?

Domingo levantei cedo, tomei cafe e fui ver a cidade. Zurich pode ser vista em duas horas. Mais do que isso eh aborrecimento. Estava tudo fechado, por ser domingo. Logo que cheguei numa ponte para tirar fotos, adivinhem? Escuto a pergunta bem familiar: "tu eh brasileira?". Bom, eram dois brazucas que tambem estavam ali pelo mesmo proposito de renovar o visto. A diferenca eh que eles viviam na Austria. Tiramos fotos, conversamos, andamos de trem e la pelas 2 nos despedimos. Eu queria comer algo. Fui a um restaurante bonitinho, praticamente do lado do hotel. Pedi um frango ao curry com arroz e depois uma sobremesa e um cafe. Foram 36 francos e uns quebradinhos. Ainda dei gorjeta (algo como 25 euros). Nada mal.

Voltei para hotel, dormi um pouco e resolvi sair para ver a cidade durante a noite. Como eu imaginava, Zurich fica bem mais charmosa sob a luz da lua (ou quase, afinal a noite estava nublada). Acabei indo jantar no Mc Donalds porque, acreditei, era a opcao mais barata e eu nao tava nem um pouco a fim de gastar. Queria deixar a grana para comprar queijos e chocolates para voltar a Barcelona. Minha casa.

Voltei para o hotel umas duas horas depois. O cara que fez meu check in estava na recepcao. Pedi para ele me ajudar a imprimir a passagem de volta para o Brasil. Nao sei porque, mas tava com isso na cabeca, que poderiam me pedir isso na volta a BCN e eu nao tinha imprimido. Ele foi um fofo, me explicou que ninguem pode entrar no escritorio e tal mas que ia deixar porque tinha ido com a minha cara (na verdade me liguei que ele tinha ido mesmo com os meus cornos porque me deu a chave do locker sem pedir o deposito de 10 francos). Agradeci imensamente e quando ia pro meu quarto ele diz, em ingles, que se eu quisesse descer para tomar algo com ele (ah! ja ia esquecendo, pedi um cafe quando voltei da rua e ele me serviu. Nao me cobrou nada, achei que tava meio mal pelo caso do cartao...) que eu era bem-vinda.

Sim, eu voltei. Apesar de algo me dizer que eu nao devia, outro algo dizia bem mais alto para eu ir, para treinar meu ingles, para conversar um pouco com alguem bem diferente de mim. Acabei aceitando uma cerveja enquanto ele tomava cafe-com-leite e agua com gas. Sim, eu falei o tempo todo em ingles. Por mais de 2 horas pude constatar que o que me falta eh soh mesmo me jogar no lero-lero que a coisa flui.

E ai...depois de duas cervejas, de ele dizer que eu tinha cor de chocolate suico, que me achou muito bonita, que me achou muito inteligente, simpatica, que adorou meu cabelo...a gente se beijou. Ainda acredito que a melhor forma de conhecer uma lingua nova eh se jogando. Mas depois, bem na sequencia, me bateu aquele arrependimento...Pensei no Joselito. Pensei tambem que o cara tava muito afobado, colocava minha mao no coracao dele, dizendo que eu o tinha feito disparar. E ficou insistindo para dormirmos juntos. Opa, perai. Beijar tudo bem, mas dar assim, do nada? Na na nao mesmo. E outra: o beijo nem tinha me assanhado. Depois de uns minutos, consegui me desvencilhar do pegajoso e fui para a cama. Demorei para caralho para dormir. Me dava remorso, medo de ser barrada na volta, uma loucura. Mas dormi. E no dia seguinte, depois do cafe, fui comprar meus queijos, meus chocolates e sai do hotel. Fiquei 5 horas no aeroporto, lendo pela segunda vez o livro (que nem gostei tanto, mas era o que se tinha a mao) e esperando meu voo.

Confesso que foram os dois melhores voos da minha vida. Nada de turbulencias, nem leves. Nem senti as aterrissagens. Desci do aviao, cheguei no Controle de Passaportes com o cu que nem vento passava e entao...entrei. Sem perguntas, sem pressao, eu tava de volta a casa. E eu soh pensava em ver o Joselito.

Ate que essa viagem me saiu melhor que a encomenda.

2 comentários:

Janaina Basilio disse...

Floooor ... que medo. Até eu gelei daqui ehehehe.
Ainda bem que tudo deu certo. Continuamos na torcida.

bjs

FeltroMonia disse...

Agora só falta contar como foi o reencontro com o senhor Joselito, oras!!