sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

De casa nova (de novo!)

Terça-feira. Acordei, o dia tava péssimo: chuva e frio. Arrumei as malas, desfiz a cama e tentei arranjar uma carona para fazer a mudança mas nao rolou. Acabei indo com a mala grande e umas coisas na mochila para a casa nova. O Alberto já estava me esperando e me recebeu de braços abertos. Coloquei tudo no lugar e percebi que...tenho mais coisas de que imaginava. Mas tudo bem, com o tempo vou ganhando espaço, jogando algumas coisas foras, reciclando outras. O fato é que voltei a ter vida de gente. Ai, que saudade!

A experiência na ocupa nao foi de toda ruim, claro. Conheci pessoas super bacanas, como a Idoia (vasca), Java, Irma, Marco...Conheci a fundo o termo reciclar. Ali a galera recicla tudo: comida, roupas usadas, móveis, qualquer coisa que possa ser reaproveitada de uma forma nova a galera nao deixa passar mesmo. Confesso que ando prestando mais atençao aos meus atos. Jogar comida fora, coisa que já nao fazia há muito tempo, é um termo que simplesmente sumiu do meu vocabulário. Nem um grao e arroz vai pro lixo mais. Água também, desperdício zero. Ainda mais porque aqui pra tomar água de qualidade a gente tem que comprar e é um coñazo ir ao mercado e voltar carregada de compras e mais um galao de 8 litros para subir vários degraus (agora nem tantos porque moro no primeiro andar de um prédio bem pequeno). Vivendo, aprendendo e reciclando.

O trampo de camarera de domingo nao tá virando mais. Justo agora que eu mudei e contava com essa grana, que é fixa, para pagar o aluguel. Mas tudo bem, bola pra frente. Para compensar, trabalho todos os dias, da meia-noite às 4 da manha, para outra discoteca. Pagam um fixo por dia, que nao é muito, mas que rende mais que o trampo de camarera. E faço muuuuito menos esforço. Aliás, nao faço quase nada. Só reparto os flyers e depois volto pra casa. É duro ficar passando frio 4 horas, mas mais duro ainda seria ter que voltar pra ocupa por nao ter como pagar o aluguel entao...já sabem qual foi a minha opçao.

Fora isso, hoje começo um tratamento de fertilidade. Nao, nao penso em ter filhos agora. O tratamento é para doar óvulos. Terei de tomar hormônios, em forma de injeçao, todos os dias, durante 12 dias, sem falhar. Já sei de todas as contra-indicaçoes (oscilaçoes de humor, inchaçao, um pouco de náuseas, dores de cabeça...) mas mesmo assim quero doar. Afinal, depois do tratamento e da extraçao (que é feita por aspiraçao e com anestesia geral) me pagam 900 euros. Duas pessoas me indicaram essa clínica e um amigo que já vive em Barcelona há anos me disse que aqui é tudo feito dentro da lei, que nao tem perigo. Entao, lá vou eu. Joselito ficou com um pouco de medo, porque falei que vou tomar injeçao todo dia (e ele, como a maioria dos homens, tem pavor de agulha), pediu pra eu nao fazer isso nunca na frente dele e tal. Aceitou bem. E no final poderemos ter nossos momentos de amor, como sempre tivemos. Só nao poderemos depois da extraçao, por uns dias. Depois, vida normal e 900 pavos no bolso.

2 comentários:

Édnei Pedroso disse...

Hahahahaha, essa da fertilização é, de longe, a notícia mais bizarra que temos a teu respeito, garota.=P

Beijos.

Unknown disse...

Olá Joselita... o duro vai ser bater pernas pela Europa e ficar esbarrando em um monte de réplicas... milhões de kelezinhas... bjs